19 juin 2008

mas assim, a nível de surto, o que realmente me impede de dizer adeus à faculdade e sair pelo mundo? digamos, carpe diem, sabe? aprendo a dirigir e saio por aí fazendo um simba safári básico pelo país (na falta de coragem e reais para andar de avião a torto e a direito, tipo), não soa legal? interessante, pelo menos?
não, eu explico: é que o fato de uma criatura de 19 anos dar-se por satisfeita com sua patética existência e resolver passar o resto de seu tempo sobre uma cama esperando a gorda (cortesia de holly golightly) é um pouco drástico, não é?
bem, isto era eu há umas quatro horas atrás. mas eu tenho um transtorno de personalidade aí que me impede de stick to a plan por um longo período de tempo e agora já mudei. daí disseram assim: vamos viajar pra curitiba e alugar uma casa e ficar lá dividindo nosso espaço pessoal com sei lá, dez pessoas? e na hora me pareceu excessivamente cansativo, mas agora eu quero fazer as malas e me mandar daqui o mais rápido possível porque
nada contra, mas
cansei de ouvir o papagaio do vizinho gritando oi. cansei de i wish it was the sixties/ i wish i could be happy/ i wish, i wish, i wish that something would happen. cansei cansei cansei.
então tudo bem, viu. tudo ótimo. eu estou de férias e eu vou ali tirar minha fantasia de velha chata rancorosa e obrigatoriamente me divertir, pronto.
mas assim. defina "decadência".

R: chá de boldo, hidróxido de alumínio e free light para esta que vos escreve.

16 juin 2008

mas, sei lá, brincar de bemmequer-malmequer com a arcada dentária de um transeunte desavisado soa como algo maravilhoso. eu, é claro, suspiraria cheia de sonhos e usaria um alicate.

extração de glândulas lacrimais feito chacina ortodôntica, não era isso? algo sobre oswald de andrade e propostas modernistas, algo que cairia muito bem, agora, mas que só me surte efeito na forma de: pensar no abaporu e em muitas frutas. caquis rolando ladeira abaixo, nesse estilo, enquanto donas-de-casa se espeguiçam nas janelas e atiram bom dias umas às outras e fazem o primeiro café do dia e alimentam os passarinhos nas gaiolas.
e as putas desaparecem com as estrelas, claro, isso também.

droga, preciso dormir.
eu devia estar dormindo, mas tudo o que eu consigo pensar é que eu queria fugir com o circo. acho que cheguei em um nível de esgotamento tão alto que tudo parece uma alternativa válida. eu faria uma especialização em turfe; eu trocaria um órgão vital por uma pêra -- qualquer coisa que servisse como turning point, sabe.
porque, sério, masquetédio.
estou torcendo pra alguém aparecer gritando que presenciou um assassinato, que botou um ovo, que construiu um foguete, que brotou asas. estou quase-quase a ponto de ir regar as plantas; e eu considero regar as plantas o último ato de desespero antes do suicídio.
oh, injúria.
só espero que eu não tenha nenhuma idéia drástica.
bem, mas então: será que as coisas poderiam, por favor, voltar a ter graça? só um pouquinho já basta. estou me entediando demais, e eu não posso me entediar porque estou de férias e não é permitido: preciso achar tudo ótimo o tempo todo.
sim, obrigatoriamente, isso mesmo.
(não fui eu quem fiz a regra, mas assim são as coisas.)

15 juin 2008

mas enfim, nunca me disseram que é proibido desenhar em livros.

13 juin 2008

o fim do mundo chegou mais cedo.
mas se você tem uma mente aleatória e altamente recalcante, fique feliz: é exatamente nessas horas que você percebe o quanto ela é útil. porque eu estava aqui sentada, sabe, pensando que talvez fosse uma boa idéia acender mais um cigarro, e abrir as janelas, porque lá fora tem as pessoas seguindo com suas vidas como se nada tivesse acontecido, e é engraçado como eles se importam tanto com a limpeza de suas calçadas, ou com o papagaio que passa o dia todo dando "oi" a todas as coisas que seus olhos tocam e tal.
e então eu pensei: por que não ter um galo? eu ia acordar todos os dias me achando a caipira e dando bom dia às vacas e às ovelhas e aos bolos de milho e essas coisas que existem em sítios. e depois eu ia me tocar que eu não estou em um sítio e que eu não sou uma caipira, e ia ser tristes, mas eu seria feliz todas as manhãs durante uns cinco minutos.
e isso seria bom o bastante.
e então eu pensei: e bombeiros? eu poderia cavar um buraco no meu quarto e colocar um daqueles, digamos, mastros de bombeiro, sabe? até que eles escorregam quando estão com muita pressa? seria muito útil, apesar de eu não ter pressa alguma, mas eu cairia direto na cozinha e não precisaria ficar descendo escadas.
se eu tivesse essas duas coisas, eu teria manhãs muito dinâmicas: eu acordaria com o galo, gritaria bom dia fazenda e desceria até a cozinha e wow, quanta diversão.
mas aí eu precisaria de mais coisas a fazer, correto? uma manhã dura muito pouco, e seria um desperdício ser feliz durante alguns minutos, correto? as coisas têm que durar. daí eu pensei: e se eu tivesse um portal debaixo da minha cama que automaticamente me levasse ao lugar onde eu mais queria estar? por exemplo: se eu acordasse com vontade de estar na rússia, bastaria abrir o portal e plim, eu estaria na rússia, clicking my heels, clapping my hands, etc. e se eu acordasse com vontade de estar em -- daí eu pensei, certo, agora eu fui longe demais. então eu vou ali acender outro cigarro e abrir as janelas.
da época em que eu tinha 17 anos e era legal:

"e então cheguei no tal lugar e havia uma fila enorme e havia sol e não havia ninguém minimamente conhecido (certo, até tinha alguns lá que estudaram comigo nos primórdios da sexta série, mas eu os odeio, então tenho o direito de fingir que não vi).
eu e meus inéditos óculos pra parecer inteligente. e então encontrei pessoas e os portões se abriram e meu estômago travou enquanto eu atravessava o labirinto, seguindo as setas até a sala 56 ao mesmo tempo que queria sair correndo. porque eu não quero estudar na usp, sabe; eu quero estudar na faap. e ficava repetindo isso pra mim mesma, tentando me convencer de que não passar também é aceitável enquanto eu fracassava como uma pata em exatas. a menina do lado sabia tudo, ela fez um monte de contas. chatona
e então estou lá, com calor, com frio, com sede, constrangida e dispersa tentando me lembrar de fórmulas; minha cabeça inútil escorregando pra outros pensamentos o tempo todo. daí, de repente escutam-se fogos e um "VAI CURÍNTIAAAA!!!"; sem contar é claro, os malditos aviões que passam realmente baixo por ali, quase arrancando os telhados e o tampo da cabeça das pessoas.
anyway. então tá. em duas horas todas as questões de humanas foram respondidas, e as de biologia também. mas faltavam todas aquelas contas, e eu não estsava entendendo mais nada, e o avião, a menina do lado, o ventilador, e eu pensando, nossa, eu estou pensando nas pessoas e as pessoas não estão pensando em mim, e não estavam mesmo porque sou a única idiota que pára a prova no meio pra pensar em pessoas completamente aleatórias. sério. gente que eu vi na fila e que pensei "uau, essa pessoa NÃO VAI passar', etc.
e então finalmente entreguei a prova, passei coisas erradas no negocinho (mas corrigi, duh) e saí da sala, de volta para o labirinto. lá estou eu, descendo as escada, guardando meus óculos de geek, e tentando encontrar a saída, quando encontro uma garota da minha escola, toda atrapalhada. ela é muito burra. perguntei se ela tinha ido bem, bla bla bla, e continuei descendo as escadas; só achei levemente estranho o fato dela estar subindo já que estávamos no quarto andar.
- uuh. onde vc tá indo?? -- eu perguntei.
- estou procurando a saída.
- tem certeza de que não é pra baixo?
- ahhhh... é.
"essa aí não vai passar na usp", eu pensei, maldosamente. reprovei metade das pessoas, acho que eu seria um ótima -- uhh -- fiscal, sei lá. a maior filhadaputa. quanta diversão. "hey, você. seus sapatos não combinam. você não vai passar na usp"; "você, garota, você tem cara de burra. você não vai passar na usp"; "oh meo deos, garoto. aí é o banheiro das meninas. mas eu te conheço então vai fazer a matrícula". coisas assim.
enfim. fiz 49 pontos eu precisava de 75. todo mundo do planeta foi mal naquilo, é incrível. menos a peituda da menina do lado; ela era o máximo e deve ter passado, aposto que sim.

agora vou ali com meu chapéuzinho cônico escrito "DUNCE", ficar olhando pra parede. "


ai ai. céus, eu sinto falta disso. agora eu sou chata e sem paciência e tropeço em sombras, enfim. mas acho válido lembrar que um dia eu fui legal; eu tinha um puta azar (ainda tenho), mas eu era legal. agora eu tenho um puta azar e não sou legal.
depois eu me pergunto por que diabos tudo dá errado.
se bem que naquela época também dava tudo errado.
só me resta concluir que o problema é com o resto do mundo e não comigo; antes eu pensava: é comigo, é comigo, mas, sabe, não é não. é só azar.

8 juin 2008

oh, dream about me.
lie on the phone to me.
tell me no truth
if it is bad:
there's enough in my life
to make me so sad.
que coisa mais chata.

6 juin 2008

que manhã mais vazia. nem milagres nem mil lágrimas.
o fato é que eu acho que sequei, as coisas não vão nada bem e continuo completamente apática. a sorte é que não vai ser sempre a mesma coisa, não é? em dois ou três dias, quando malone morrer, talvez eu possa respirar um pouquinho, abrir a porta, um pé na frente do outro, sendo levada para qualquer lugar que eu quiser pelos meus sapatos favoritos -- aqueles floridos, com cadarços leves que se movem como braços de um polvo cor-de-rosa (não, não é preciso que sejam eles, bastam que sejam sapatos, não importa quais, afinal eu vou acabar chegando em algum lugar de qualquer forma).
but there's nowhere to go but down.
oh, seja. tudo menos continuar aqui, as horas andam esticando-se além dos séculos, seus longos pescoços a espiar tudo de cima, como girafas -- e houve aquele dia, há um milhão de anos trás, não se lembra, quando as girafas deixavam-se explodir em purpurinas e jujubas, de tão felizes que estavam. ás vezes é assim mesmo, quando se está muito feliz com alguma coisa: explodir não parece nada mal, nada parece mal demais.
mas logo o silêncio cai como um véu sobre todas as coisas novamente, e a terra se põe a girar novamente, e é preciso levantar e abrir a porta novamente, e fazer coisas novamente e então tudo aquilo se torna tão oco.
ah sim, mas o que estou dizendo? é que foi uma manhã muito vazia, muito mesmo, e um dia desses, as coisas serão mais vazias e eu vou me espreguiçar em uma cadeira, e inventar sentidos para cada palavra escrita, e dizer, recalcando ao máximo (porque as coisas que passaram nunca parece tão ruins), dizer bem assim, nossa, mas que manhã terrível foi aquela; tão vazia, não foi? quase deixei de existir.
mas aí já vai ser tarde, não vou existir mais nem uma gota.

4 juin 2008

o céu está descascando mais uma vez, agora já é amanhã mais uma vez. um milhão de sombras entram por debaixo da porta, imprimindo cenas tão ridiculamente românticas nas minhas paredes; ah, mas você diria, não é bem assim. mas é que eu estava com tanto medo de não encontrá-lo que chega a ser bobo; eu tinha dito: nunca mais, nunca mais (como o corvo) -- o pássaro já havia partido, e a culpa era minha de pensar que um pássaro poderia ser, ao mesmo tempo, livre e meu. nem cheguei a fazer planos de gaiola, tão boba eu sou. então eu tinha dito: não, nunca mais, definitivamente, nunca mais, nada de pássaros, peixes, libélulas, morceguinhos, chega de tudo isso, nunca nunca mais, nada de céu para mim.
por isso eu queria viver debaixo da cama: viu, é tudo muito coerente.
ah, mas eu estava errada, não é? todos aqueles anjos de gesso resolveram finalmente atirar suas flechas; e eu vi todas as árvores da ásia pondo flores; e eu penso em coisas bonitas que nunca existiram antes, cadeiras com pernas de flautas, cadências de pérolas descendo as escadas, reinos completamente azuis; eu acordaria às quatro da manhã para construir um abrigo para você, se você estivesse morrendo de medo de um pesadelo com o fim do mundo ou com aquele olho imenso que você disse. e mais uma resplandescente bolha foi soprada, enquanto o crânio mordia a própria língua morta, sabendo-se errado -- mas apenas desta vez, ele diz.
que seja; me é o bastante ter acertado dessa vez. e, eu acertei, não é? we're after the same rainbow's end (and it's just around the bend).

3 juin 2008

acho que vou ter um dia bonito, hoje. não lindo, mas menos feio do que ontem. vamos ver.
era uma vez uma estorinha de primavera, e o fato é que eu passei muito tempo escrevendo aquelas coisas, mas agora parece que o tempo todo faltava algo. não na primavera: porque havia magnólias enormes como melões, pássaros espreguiçando-se nos fios, aquela menina tecendo um vestido, mas nada muito além disso, afinal -- o que existe, na primavera, além de flores? o que existe numa estação, além dos clichês comuns? nada de relevante, eu penso; nada mesmo.
ah sim; e girassóis. girassóis são sempre relevantes, mesmo durante a noite, quando eles servem de cabaret para abelhas efusivas e excessivamente maquiadas, gafanhotos ébrios, mariposas tristes, assim por diante.
mas eu estava falando da coisa faltando. pensando melhor, se há uma ausência de algo, é porque esse algo se escondeu, morrendo de medo de ser comentado. eu sei que tem algo muito muito grande prestes a subir até fazer borbulhar a superfície, tremelicando toda a membrana lisa como vidro de uma água qualquer; mas talvez não haja nada. talvez não seja nada, me parece que será apenas uma pequena bolha de ar, nada grande o bastante para morrer de suspiros. quase nunca é.
então talvez eu possa dormir um pouquinho e descansar um pouquinho e não pensar mais nisso, não pensar em coisa alguma além das magnólias apodrecendo como velhos corpos no chão, perfumando o ar rosado como as coisas que, um dia, simplesmente serão.

31 mai 2008

nossa, adeus, maio.
mas é que elas costumavam ser consideradas elegantes, antigamente; e se sentavam em mesas displicentemente, e espreguiçavam-se em camas e tudo o que elas faziam era tão contemplável e lento, tão nublado e monocromático; e haviam aqueles que se casavam com elas, pobres criaturas são instáveis e sensíveis, e eles dedicavam suas vidas a elas sem que elas percebessem e tinham tanto medo de que a menor brisa as levasse embora, tão flutuantes eram aqueles pensamentos de bolha de sabão e chá das cinco.
mas agora não é mais assim, muito pelo contrário. ninguém mais tenta pôr as mãos nos instáveis e sensíveis, muito, muitíssimo pelo contrário: agora eles nos sopram e dizem até a vista, e nos observam partir, e preferem as plantas rasteiras e as coisas simples, como pratos rasos, travesseiros e ventiladores de teto.

28 mai 2008

ah, não, de novo, não.
e eu espero que aquele menino sentado do meu lado, no metrô, tenha conseguido ouvir o tchaikovsky também; aumentei o volume ao máximo só para que ele pudesse escutar junto e ficar um pouquinho melhor, aqueles olhos tristes estavam me matando.

e agora natália pretende dar nomes a todos os talheres daquela casa, garfos e facas e colheres que cintilam todas as vezes que se abre a gaveta da cozinha, só para não se sentir tão sozinha. quando ela menos esperar, eles estarão todos dançando valsa sobre a pia, aposto um braço nisso.
mas ouvir tchaikovsky é tão lindo que me faz parar no meio da calçada só pra ver as folhas amarelas caindo das árvores, e fazer caminhos diferentes só pra escutar as vozes das ruas que ecoam nos muros -- e eles sorriem. se eu pudesse, traria uma poltrona para fora e ficaria completamente absorta na comtemplação de absolutamente nada em especial. e as pessoas diriam a seus vizinhos olha lá, veja lá aquela menina, sentada ali feito mundo fosse carrossel de estrelinhas e elefantes, e nada tivesse de ser feito; mas, ah, sim, o que não faltam são coisas a fazer, tantos livros e coisas a pensar, mas eu cheguei a uma conclusão tão bonita hoje que vou até me dar ao luxo de não me importar com nada disso.

27 mai 2008

era tão bonito quando era possível viver eternamente em uma gaiola. agora, não; mas é preciso se acostumar à gaiola, enclinar a cabeça para o lado, caminhar sempre com um pé diante do outro, em silêncio, comer uma pêra ou duas, ter as mãos sempres livres, observar tudo com petulante desinteresse, não pensar mais naquilo, viver um dia de cada vez.

mas me parece que ainda não estou pronta para amanhã, passei a tarde toda simplesmente existindo; suspirando de vez em quando; o móbile estático sobre a cama; aqueles anjos bobos espreguiçando-se em nuvens, que simplesmente passaram.

e natália sentada sobre a mesa, os olhos impacientes voltados para dentro, esperando por aquele imenso balão, que talvez virá, talvez não.

e eu sentada sobre a cama, os olhos impacientes voltados para fora, esperando por um motivo, um sinal dos mais simples, que talvez virá (mas não, acho que não).
mas ainda existem pessoas que fazem aniversário, ou não? isso deveria ser um bom motivo: uma ampla mesa enfeitada, um milhão de canapés e docinhos, um bolo que incha no forno pronto (como um mártir) para ter suas camadas perfuradas por uma chama que representa não um ano a mais, mas um ano a menos. por isso ela se apaga no final -- mas de modo indolor: não como uma tragédia, mas com um sopro.
não era capaz de encontrar ferida alguma, nem um pequeno hematoma, nem o menor arranhão -- e, no entanto, alguma coisa incomodava-lhe tanto que era como se tivesse perdido um braço da maneira mais leviana possível. mas isso certamente era algo que não se podia curar com um band-aid ou dois, polly pensou, olhando-se no espelho. a torneira ainda pingava e já era quase dez horas da manhã; que terrível quinta-feira. fazia sol demais. e, além disso, ainda não havia levado aquelas coisas ao correio, e ainda não havia nem pensado em comprar flores, e o relógio era um diabo alado a gritar-lhe números, e -- muita coisa, certamente, mas ainda não havia tido tudo. mas não era possível ter tudo, não é? mas também não era possível ter o bastante.
caminhou até a janela e, no telhado vizinho, pássaros chamavam-lhe pelo nome, para dançar.
polly não teria uma vida muito longa, isso era certo.
as gaivotas atiravam seus gritos ensolarados como riscos momentâneos no céu, que desapareciam lentamente pouco depois de saírem de seus alaranjados bicos, mas já não havia ninguém para ouvi-las.